A energia elétrica é uma das principais despesas de uma empresa. Por isso, sempre em busca de conscientização no consumo e redução de custos, a Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, através da Gerência de Gestão Energética – GGEN, recorreu a uma alternativa que reduz gastos com energia elétrica, e desde 2019 iniciou o processo de migração para o “Mercado Livre de Energia”, onde é possível alcançar até 35% de economia, negociando preços, prazos, volume e forma de pagamento, diretamente com os fornecedores de energia.

Inicialmente, nove Unidades da Deso estão inseridas nesse cenário, o que já sinaliza em uma economia acumulada, desde a implantação, em mais R$ 8.6 milhões, sendo realizados estudos para ampliar a participação da empresa com um segundo lote. De acordo com Camilla Coelho, gerente da Gestão Energética da Deso, a seleção foi feita com o aval da diretoria e presidência.

“Iniciamos esse processo no final de 2019 e contratamos uma consultoria em janeiro de 2020. A partir daí, selecionamos, com o aval da diretoria e presidência, as Unidades da Deso que iriam participar desse projeto piloto, sendo escolhidas, de forma estratégica, as nove principais Unidades Consumidoras da Companhia. Estas representam 45% do custo com energia elétrica da Companhia. Na prática, o Projeto “Mercado Livre de Energia” teve início em agosto de 2021, ou seja, a contratação da consultoria foi em janeiro de 2020, em agosto de 2020 fizemos a compra da energia e a migração foi efetivada em agosto de 2021, devido à sua complexidade e detalhado planejamento. No primeiro mês, tivemos uma economia em torno de R$ 1.400.000,00, sendo mais de 30% de economia nas Unidades participantes. Já no segundo mês, um pouco mais de R$ 1.500.000,00″, explicou a gerente.

Para Gabriel de Campos, diretor de Meio Ambiente e Expansão da Deso, é preciso inovar para se manter competitivo no atual mercado. “A Deso, atenta às oportunidades atualmente disponíveis para tornar sua prestação de serviços ainda mais eficiente, aderiu ao Mercado Livre de Energia visando otimizar seus custos para que esse ganho seja revertido em menor custo tarifário e/ou investimentos na modernização de suas instalações e processos.  Temos na jovem e competente equipe da Gerência de Gestão Energética, liderada pela Eng.ª Camila Coelho, um referencial para todo o resto da empresa. Cada vez mais será preciso inovar para manter-se competitivo perante os desafios e exigências que o nosso mercado e consumidores nos impõem.  Os próximos passos do nosso consumo energético devem estar cada vez mais alinhados às políticas ESG.”, pontuou.

RISCOS X SUCESSO

Segundo a gestora, riscos sempre são observados e calculados mas, no momento atual, é possível afirmar que os resultados são positivos. “Existe um risco envolvido, já que compramos energia previamente, mas hoje é um caso de sucesso, pois já registramos uma economia significativa e, com isso, estamos partindo para o estudo do segundo lote, com outras unidades que tenham o perfil semelhante. Em 2020 conseguimos ótimos preços, com o cenário em 2021 permeado por instabilidade devido a crise hídrica, mas estamos prontos para novas compras e assim que identificarmos melhores oportunidades, lançaremos o Edital”, analisa Camila.

O atual contrato com o “Mercado Livre de Energia” está vigente por cinco anos. Até 2026, a progressão na economia será maior com o tempo, ou seja, até lá, será registrada uma economia impactante, pois o preço de contrato é decrescente e, em contrapartida, as tarifas de energia continuarão aumentando. De acordo com Tássio Silva Santana, engenheiro, que atua na GGEN, a partir deste ano será possível ter uma maior noção da economia total. “Esperamos que seja uma redução de custo cada vez maior. O reflexo na diminuição de custos já é bem visível. Agora em 2022, será o primeiro ano completo onde poderemos analisar todos os números”, disse.

EXPECTATIVAS

Para Camilla Coelho o desafio é grande, mas vem pautado em uma conscientização que é necessária para todos. “Este projeto é um grande desafio, mesmo já sendo um caso de sucesso, demonstrando uma boa economia financeira. Como trabalhamos com abastecimento, um serviço que é essencial para a população, precisamos ter um planejamento prévio bem definido, entretanto, imprevistos podem ocorrer ao longo do trajeto, a exemplo da pandemia. Por termos um contrato longo, esse risco existe, por isso, realizamos um acompanhamento de perto e constante. Como foi algo muito positivo, a empresa cria uma expectativa de que seja ampliado rapidamente para outras Unidades, mas, para a obtenção do sucesso do projeto é necessário ter um projeto bem elaborado e bem executado”, relembrou.

A gerente enfatiza também, a necessidade em ampliar a conscientização e colocar em prática a preservação e os cuidados com o Meio Ambiente. “O mundo tem proclamado essa ideia de que precisamos ter um consumo geral consciente de todas as fontes para sobrevivência, assim como, na alimentação, devemos fazer bom uso do alimento que é escasso, como também com o uso da energia. Chegou o tempo de nós, como cidadãos ou como empresa, começarmos a pensar de maneira sistêmica, vendo o mundo como um todo, e como cada ação traz consequências que impactarão a todos. Na GGEN, como gestora de contrato de energia, sei da importância em ter essa consciência, em preservar e cuidar do que precisamos para sobrevivência, tanto que nesse Projeto, das nove Unidades participantes até o momento, oito consomem energia de fonte renovável. Anualmente teremos um selo para identificar o tipo de energia consumida e isso mostra a preocupação da Deso”, finalizou.