Uma diminuição na severidade de seca no Sertão Sergipano (Oeste do estado) foi registrada pelo Centro de Análises e Previsões do Tempo e Clima, Meteorologia e Mudanças Climáticas (CMT) do Governo de Sergipe, que faz o monitoramento da seca no estado e emite boletins informativos de acompanhamento constante e periódico da situação da seca no nosso estado. O trabalho, coordenado pela Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Serhma), administrado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), avaliou ainda que o outono será positivo em termos hídricos para agricultura e abastecimento de água.
Segundo o meteorologista da Serhma, Overland Amaral, a situação no Semi-Árido passou de grave, para moderada, bem como uma redução intensidade da seca em parte das mesorregiões do Agreste e Leste, que mudou de moderada para fraca. “Em Sergipe os totais mensais de chuvas de março foram acima da média histórica. Com base nos indicadores de curto e longo prazo, houve diminuição na severidade de seca no Sertão, assim como em parte do Agreste e Leste”, avalia o meteorologista.
O boletim revela ainda que as mudanças no mapa do monitor de fevereiro para março de 2020 são relativas às regiões do Alto Sertão e Centro Sul sergipanos. “Isso pode ser comprovado pelos altos índices pluviométricos mensais nessas regiões e pelas anomalias trimestrais e semestrais de precipitação para Sergipe. Foram relatadas aumento de chuvas e, consequentemente, das reservas hídricas”, analisa Overland.
Segundo informações do sistema meteorológico, Sergipe passa por um período climático onde as probabilidades para ocorrência de chuvas respondem positivamente aos indicadores utilizados, a neutralidade em relação ao fenômeno El Niño somado às instabilidades atmosféricas decorrentes dos Distúrbios de Ondas de Leste, Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), e Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) promovem grandes quantitativos de chuva em Sergipe que, em sua maioria, apresentam-se acima da média normal climatológica. O superintendente Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Ailton Rocha, avalia que a situação é positiva para a agricultura e aumento de níveis e vazões das bacias que banham o estado. “Estamos atentos e monitorando sempre. Tais chuvas agitam as expectativas para ações agrícolas, as quais promovem grande movimentação e preparo de solos para plantio, por outro lado, podem também contribuir para o aumento de níveis e vazões tal qual estamos a acompanhar na Bacia do São Francisco”, conclui.
Nesse período, a Serhma está atenta aos altos índices pluviométricos que podem vir a causar impactos significativos, na medida em que há possibilidade de ocorrência de chuvas de forma torrencial e, em algumas localidades. “Essas chuvas torrenciais podem causar enchentes e inundações, bem como o arrasamento de solos em preparação para o plantio, provocando lixiviação e levando partículas de solo às áreas de captação de água, dificultando o tratamento para posterior distribuição, devido ao aumento de turbidez do recurso hídrico local, então é importante esse monitoramento constante”, explica o superintendente Especial.
Previsão do tempo para esses dois dias
Para esta quarta-feira, 22, a previsão é de tempo ensolarado com possibilidade de nebulosidade e chuvas em algumas regiões do Estado, mas sem precipitações de chuva com valores significativos. Para a quinta-feira, 23, o tempo sugue predominantemente nublado, com probabilidades de chuvas leves durante a madrugada, no Alto Sertão, Baixo São Francisco e Litoral. Mas é importante ressaltar a possibilidade da ocorrência de pancadas de chuvas isoladas em qualquer parte do estado devido as instabilidades atmosféricas.