Um resgate da história do sertão nordestino e do cangaço no documentário “Angico – de fora a fora”, uma produção independente filmada em Sergipe, terá sua estreia nesta sexta-feira, 23, às 20h no drive-in do Museu da Gente Sergipana, como também pelas redes sociais do Instituto Banese (canal do youtube e instagram @institutobanese). A unidade de Conservação da Grota do Angico – MONA, que é uma unidade de conservação ambiental que preserva uma área extensa da Caatinga é administrada e mantida pelo Governo de Sergipe.
O filme, dirigido pela jornalista Erna Barros, aborda histórias e memórias da região de Angico, localizada entre os municípios de Poço Redondo (SE) e Canindé do São Francisco (SE), uma região marcada pelo Cangaço e que ficou conhecida por ser o local onde foi morto o líder cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. A área retratada no documentário é uma das áreas de preservação ambiental de Sergipe administradas pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs) através da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Serhma).
“Iniciamos a gravação no segundo semestre de 2019 e a ideia inicial era filmar a região do Angico, mostrando um pouco da história daquele lugar que é pouco conhecida pelos sergipanos, mas é muito importante para a história de nós nordestinos, porque foi lá que literalmente morreu o movimento do cangaço. A Grota do Angico foi onde o Lampião foi morto, onde teve a emboscada para seu bando e aquele lugar ficou realmente como um marco simbólico da queda do cangaço, não apenas de Sergipe, como de todo o Nordeste, fazendo parte da nossa história. A ideia também foi buscar os bastidores das histórias daquelas pessoas que moram ali até hoje e falar um pouco sobre a unidade de Conservação da Grota do Angico – MONA que é uma unidade de conservação ambiental que preserva uma área extensa da Caatinga”, explica a jornalista e diretora do documentário, Erna Barros.
A jornalista relata ainda que além de resgatar todas essas histórias, eles também puderam conheceram e filmaram o local em dois momentos marcantes que o sertão passa: a época da seca e a época de chuvas. “Um fato marcante das filmagens é que fomos filmar numa época muito seca, onde de fato a gente podia observar a caatinga de forma nua e crua, a terra árida, os animais escondidos, a caatinga realmente na sua versão mais feroz, e aí veio a pandemia e tivemos que pausar as gravações e só retomamos alguns meses depois, em outro período que foi o de chuvas e aí pudemos ver outro ambiente, um ambiente que quando recebe as chuvas fica de uma maneira totalmente diferenciada, os animais voltam, as folhas florescem, aquilo que parecia morto, renasce e a caatinga mostra toda sua cara e força ao receber água da chuva. Foi um aspecto muito curioso, onde a gente conseguiu mostrar os dois lados do sertão: o sertão seco e o sertão que renasce, firme, forte, que vive e que só precisa de água para aflorar novamente”, relata.
Erna Barros garante que o documentário traz belas imagens do sertão sergipano. “São imagens belíssimas do local onde Lampião morreu no período de seca e do mesmo local no período de chuvas, quando se transforma praticamente em um rio, estas imagens deixam tudo muito bonito, interessante e espero que todos que assistam possa entender que o sertão faz parte da nossa história. O filme traz imagens do bioma local, a beira do Rio São Francisco, pessoas que fazem parte daquele lugar, ribeirinhos, agricultores, a ideia é mostrar que ali além de ser um espaço de preservação ambiental, é um lugar de preservação da nossa história”.
Monumento Natural (MONA) Grota do Angico
No documentário serão mostradas imagens onde se encontra atualmente o Monumento Natural (MONA) Grota do Angico, uma Unidade de Conservação de proteção integral que tem por objetivo preservar um dos maiores remanescentes de caatinga do Nordeste.
“O documentário vai mostrar para fora o que é o Mona, em relação a economia local, ciência, turismo, não deixando de registrar a história do cangaço, que dá todo brilho a história local, entrevistamos líderes religiosos locais, cordelistas, agricultores, diretores do Museu de Arqueologia, entre outros, foi uma grande experiência”, pontua Emanuel Rocha, que participou das gravações e, na época ainda era gestor da Unidade de Conservação MONA.
“A produção é ainda um olhar atento acerca do passado e do presente daquela região, e um encontro através da caatinga, entre Sergipe e sua própria história”, afirmou Erna Barros, diretora do documentário.
Mais informações sobre o longa podem ser acessadas no instagram do filme: @documentarioangico. A direção da jornalista Erna Barros e produção ainda pela jornalista junto com Emanuel Rocha, Lourdinha Lisboa, Renata Pereira, Clara Leite, Barbára Evellyn.
Apoio: Governo do Estado de Sergipe; Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (SERHMA); Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS), Monumento Natural (MONA) Grota do Angico; Museu da Gente Sergipana e Instituto Banese.