A construção civil é um dos principais motores da economia do país na pandemia e, em Sergipe, as obras públicas geram emprego e renda para a população. Só com o anúncio do Governo do Estado do programa Avança Sergipe, com as obras de recuperação de estradas do Pró-Rodovia, o incremento no número de pessoas empregadas no estado vai girar em mais de duas mil. Mas, entidade do setor da construção civil acenam para os órgãos públicos federais, estaduais e municipais para a necessidade de revisão de preço das obras que foram contratadas antes da pandemia, mas estão ficando mais caras depois que os materiais de construção apresentaram uma grande alta de preço.
Para discutir o assunto se reuniram hoje, em Aracaju, representantes da Associação Sergipana de Empresários de Obras Públicas e Privadas (Asseopp), Caixa Econômica Federal (CEF), Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop), e gestores de obras da Administração Municipal de Aracaju.
O Secretário da Sedurbs, Ubirajara Barreto explicou que é salutar para o Governo do Estado evitar esse tipo de ação e que a reunião tem como principal objetivo encontrar resolução para o reequilíbrio financeiro das empresas da construção civil depois do início da pandemia. “A ideia é evitar que futuramente as empresas peçam uma revisão de preços de obras, em função da defasagem dos valores praticados pelo Sistema Nacional de Preços e Índices para a Construção Civil (Sinap)”, explicou.
Segundo O Diretor-Presidente da Cheop, Caetano Quaranta, é o Sinap que faz o acompanhamento dos preços dos materiais de construção usados nas obras públicas e é por ele que os órgãos fazem a adequação do valor de cada obras. “Foi procurado pela Associação Sergipana de Empresários de Obras Públicas e Privadas (Assoeopp) para estudar esse aumento de preços neste período de pandemia e tentar assegurar que a Sinapi volte a fazer pesquisas de preços dos materiais de construção, para que assim os órgãos públicos possam voltar a equiparar os valores”, informou.
Segundo o presidente da Asseopp, Luciano Barreto, essa conversa para a busca de soluções conjuntas é muito importante, já que a disparada de preços de produtos básicos para a construção civil fez com que a inflação do segmento chegasse ao maior percentual mensal desde março de 2014, o que causou um desequilíbrio nos contratos das obras já licitadas e iniciadas e a reunião busca um entendimento com os órgãos contratantes. “A Asseopp vem, há mais de 10 anos, lutando para melhorar o ambiente da construção civil, com tese e propostas que se resumem a preço justo, obra concluída e sociedade atendida. Temos mantido contato com a Caixa Econômica Federal, com o Governo do Estado, através da Sedurbs, para apresentar os dados dessa elevação brutal de preços de materiais de construção e nosso pedido aqui é para que todos se unam no sentido de levar essas demandas para o governo federal e resolver essa defasagem no preço das obras”, explicou.
O Secretário Ubirajara Barreto assegurou a importância de resolver a questão para que sejam evitados processos judiciais. “Uma vez que, com a pandemia, houve um aumento substancial no valor cobrado pelos materiais de construção e esse aumento não está sendo acompanhado pelo Sinap, estamos aqui tentando, em conjunto, buscarmos soluções para que futuramente as empresas não entrem com pedido de reequilíbrio econômico e financeiro, uma ação que é desgastante tanto anto para as empresas como para os órgãos públicos, haja vista que isso demandará todo um processo de prova, de passagem pela assessoria jurídica de órgão e pela procuradoria jurídica do estado e a gente quer evitar esse desgaste”, salientou.
Última atualização: 18 de novembro de 2020, 16:25 PM