“Vim embora de Belo Horizonte para cuidar da saúde do meu pai e estava sem emprego. Me virava fazendo pequenos serviços de carpinteiro e pedreiro, ou pescando, mas não era nada fixo. Poder trabalhar nessa obra foi a melhor coisa que me aconteceu neste ano, melhorou tudo em minha vida, estou junto à minha família, com renda garantida e, ainda, posso economizar um dinheiro”. A declaração em forma de agradecimento do pedreiro Gilson Hélio Nascimento Santos é a mesma de dezenas de operários, entre eles pedreiros, ajudantes, pintores, carpinteiros e eletricistas, empregados na obra do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) no Povoado Crasto, em Santa Luzia do Itanhy, realizada pelo Governo de Sergipe.

Executado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs) e a Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop), a construção do Centro Vocacional Tecnológico é mais uma das intervenções do Executivo Estadual que, especialmente neste período de pandemia, asseguram renda para os profissionais do setor secundário no povoado onde as opções de emprego são sazonais, uma vez que a maior fonte de renda dos habitantes do local é a pesca de mariscos e crustáceos. 

Através de uma parceria entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo (Sedetec) e o Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), a construção do CVT de Arte, Ciência e Tecnologia, que será direcionado a projetos de apoio ao ensino de ciências e às atividades produtivas locais, possibilitará o compartilhamento do conhecimento científico-tecnológico, a concentração das cadeias produtivas específicas do povoado Crasto e distritos vizinhos, bem como o aumento da competitividade entre micro e pequenas empresas da região.

De acordo com o secretário Estadual do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, Ubirajara Barreto, a construção do CVT trará vários avanços para o povoado. “O Governo de Sergipe acompanha o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos 75 municípios sergipanos e, infelizmente, Santa Luzia do Itanhy possui um dos mais baixos. A implantação do Centro Vocacional no Crasto foi bastante avaliada, pois, além de estimular o processo criativo dos jovens, aumentando a sua renda, atrairá diversos projetos para a região e fomentará o turismo, uma vez que o Crasto possui elementos suficientes para ser mais um destino turístico a ser explorado. Sem contar que a sua execução proporcionou a empregabilidade de 35 profissionais das mais diversas especializações, garantindo a subsistência de dezenas de famílias locais”, afirma.

Casado, pai de três filhos e morador do Crasto, Nilton César Santos tem razões de sobra para estar satisfeito com a intervenção. “Tinha acabado de terminar um contrato de trabalho em Aracaju. Fiquei desempregado, em uma semana tinha serviço, na outra não. Desde dezembro do ano passado que estou com uma renda fixa, trabalhando perto de casa e ainda podendo fazer alguns bicos. Essa obra favoreceu demais a minha vida, nem sem o que seria de mim sem ela durante essa pandemia”, avalia o pedreiro de 42 anos.

O  CVT

Com investimentos de R$ 1.468.570,00, O CVT fica localizado na Rua Principal do Conjunto Albano Franco, no povoado. A edificação é dividida em dois pavimentos, sendo duas áreas: a unidade de captação com 500,95 m² e de unidade de produção com 202,10 m². A primeira possui recepção, salas de administração, de exposição, de reunião, de controle e gravação, área de serviço, depósito, alojamento feminino e masculino, jardim Interno (pátio), banheiros feminino, masculino e para portadores de necessidades especiais, além de quatro vagas de estacionamento de veículos para funcionários. Já no pavimento superior, a unidade de produção é composta por showroom (salão de exposições), área de artesãos, área para secagem das palhas, sala para silkscreen e depósito.

Fazem parte das principais intervenções na obra, instalação de marquise em alumínio composto e telhas de fibrocimento, muro de alvenaria cerâmica nas laterais e gradil tipo belgo ao redor da edificação, aplicação de piso cerâmico e forro de gesso, instalações  elétricas, circuito fechado de televisão (CFTV), sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), extintores de incêndio e luzes de emergência, cabeamento estruturado, instalações hidráulicas e hidrossanitárias, esquadrias de alumínio natural (janelas e basculantes) de ferro, e acessibilidade com a implantação de rampas de acesso, piso tátil direcional e de alerta e elevador.

“Executamos toda a parte estrutural, de alvenaria, reboco, revestimento argamassado, instalamos o gradil e fizemos as instalações hidráulicas e hidrossanitárias e de SPDA. Atualmente, 15 profissionais fazem a implantação do telhado, as instalações elétricas e parte das esquadrias (alumínio e madeira), de modo que o percentual executado da obra é de 55%”, explica o engenheiro civil Jurandi Rodrigues.


Última atualização: 25 de setembro de 2020, 11:33 AM por: